terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

HOMEM CONTEMPORÂNEO

Nascer implica tantos riscos,
Tantas doses de vodka daí a 30, 40 anos,
Prozac, Cloreto de magnésio,
Vitamina E, Biocaps,
Lexotan, anfetaminas, Valium, Somalium, antiácidos,
Ou guaraná em pó e suco de maracujá para os naturalistas.
Doses "on the rocks", cowboy,
birinights sem conta.
Noites de olhos abertos na escuridão da insônia.
A premência de tudo:
cartas por responder, e-mails, relatórios,
saias curtas e possibilidades.
Os limites do corpo nascem com o corpo
E isso é patético _
O ridículo coração infante
Em vias de infarte.
Nascer implica tanto perigo,
As contas
No final das contas _
Balanço _
Saldo negativo!
Quão fundamentalmente só se está,
Quão individualmente exacerbado,
Desesperado,
Desesperadamente só para nascer, viver e morrer.
Tantas, tantas doses de wisky,
Tanto chocolate, licor necessários,
Indispensáveis mesmo para adoçar o tempo,
E ganhar mais tempo,
Até, pelo menos,

Fumar outro cigarro.

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